sábado, 3 de abril de 2010

Curta Metragem Espírita

Quantas obras-primas, de todos os gêneros, as idéias novas não poderiam produzir, pela reprodução das cenas tão múltiplas e tão variadas da vida espiritual!
A citação retirada do artigo Influência perniciosa das idéias materialistas, em Obras Póstumas, reflete a confiança de Allan Kardec na força inspirativa dos princípios espíritas para a Arte.
Longe de querer uma doutrina particular disseminada como um bloco monolítico pelo mundo, o codificador do espiritismo esperava ver as idéias novas espalhadas por entre os povos e as culturas. Idéias de esperança, otimismo e fé na imortalidade da alma.
Idéias que garantissem a sustentação da alma frente às dores, aos conflitos e às incertezas do dia-a-dia. Que dessem o suporte necessário à espiritualidade humana, relegada a um plano secundário em face do encantamento das sociedades com o "progresso da Ciência".
O curta-metragem abaixo, a nosso ver, é um belo exemplo de que a aposta de Kardec era acertada. Laços é uma produção brasileira de baixíssimo custo (R$1.500,00!) que arrematou o Project: Direct 2007, concurso de curta-metragens promovido anualmente pelo YouTube. O filme bateu centenas de concorrentes em todo o mundo com um roteiro simples, mas tocante. Confira:

http://espiritodearte.blogspot.com/2010/03/mais.html

quarta-feira, 31 de março de 2010

Cecilia Meireles

O Canto Amigo do Senhor

Espírito Cotovia Triste (Cecília Meireles)

No seu canto amigo,

Sinto florir a natureza,

A semente no solo cresce e

Torna um tapete verde de esperança.

A flor que brota entre espinhos

Perfuma tudo ao seu redor

E ninguém se lembra

Dos seus espinhos protetores.

O charco se cobre de verde

E flores brancas perfumam,

Cercando o lodo de alvura.

Eu escuto seu canto amigo,

Senhor.

Porque o bem é cantiga de ninar a dor

O bem é sinfonia eterna de Amor.

Escuto seu canto na tarde mansa

E me sinto feliz, Senhor.

Seu canto é compreensível

Para todos os corações aflitos,

Para os corações alegres e felizes.

E na nudez que a solidão impõe,

Sinto seu canto de paz e amor chegar

Eu me quedo a pensar...

A pensar...

Psicografia de Shyrlene Soares Campos

Fonte Livro "O Canto da Cotovia"

terça-feira, 23 de março de 2010

Conhecer deus como cristão

Eis o que é conhecer Deus como cristão. Mas para conhece-lo dessa
maneira é preciso conhecer ao mesmo tempo a nossa miséria e a
própria indignidade e a necessidade que se tem de um mediador a fim
de se aproximar de Deus para unir-se a ele. É preciso não separar
estes conhecimentos porque, estando
separados, não somentes são
inúteis como nocivos. O conhecimento de Deus sem o da nossa
miséria faz o orgulho. O da nossa miséria sem o de Jesus Cristo faz
o desespero: mas o conhecimento de Jesus Cristo isenta-nos do
orgulho e do desespero; porque nele encontramos Deus, único
consolador da nossa miséria e e único meio de repara-la. Podemos
conhecer Deus sem conhecer nossa miséria, mas sem conhecer o meio
de nos libertar-mos das nossas misérias que nos acabrunham. Mas não
podemos conhecer Jesus Cristo sem conhecer ao mesmo tempo Deus e
nossa miséria; porque ele nao é simplesmente Deus, mas um Deus
reparador de nossas misérias.

Assim, todos que procuram Deus sem Jesus Cristo nao encontraram luz
que o satisfaça, ou
que lhe seja realmente útil, pois nao chegam a
conhecer que há um Deus ou, se chegam, é inútil para ele porque se
forma um meio de comunicação sem mediador com um Deus que
conheceram sem mediador; de modo que caem no ateismo ou deismo, que
são duas coisas igualmente repelidas pela religião.
É preciso pois, esforçar-nos únicamente para conhecer Jesus Cristo,
porque só por ele podemos pretender conhecer Deus de maneira útil.
Ele que é o verdadeiro Deus dos homens, dos miseráveis, dos
pecadores. É o centro e o objeto de tudo, e quem nao o conhece nada
conhece na ordem da natureza do mundo nem em si mesmo; porque não
só conhecemos Deus por Jesus Cristo mas ainda só nos conhecemos por
ele.
Sem Jesus Cristo o homem permanecerá no
vício e na miséria. Nele
esta toda a nossa felicidade,toda a nossa virtude a nossa vida, a
nossa luz, a nossa esperança, fora dele, só ha vicios, misérias,
desespero e não vemos senão obscuridade e confusão na natureza de
Deus e na nossa.


Blaise Pascal